
Sabe aqueles momentos mágicos de lucidez e maturidade que pareciam ter ficado no passado? Puxa! Quando algo começa a dar certo, como naquela brincadeira com dominós, uma peça vai derrubando a outra. O trabalho anda, a vida fica leve, meus amigos queridos estão felizes. Um vai mudar de casa, a linda vai viajar, a fulô percebe o coração batendo mais forte, a rariú vai virar dondoca e o outro canta cheio de atitude, todo sorridente por isso: “acabe com essa droga de uma vez! não volte nunca mais pra mim...”
Depois de tantas provas, algumas vencidas e outras não, me levanto (quando a maioria das pessoas no mundo não perceberam que eu caí). Ombros retos, semblante superior. E que fique bem claro, nem por isso vou vender a imagem de “menininha Pollyana”, meiga com aquele ar idiota da juventude forçada... no, no, essa não sou eu! A bella époque foi fantástica, mas enxergar bem como eu enxergo hoje é uma dádiva que não trocaria de maneira nenhuma. Se alguém se realiza com uma vidinha mais ou menos, cheia de pequenos prazeres eu fico feliz... mas eu gosto mesmo é dos grandes.