sábado, 28 de março de 2009

god save the queen


Esta semana acontecerá, no Recife, o que muitos chamam de "o show do século", mas como eu nunca curti muito o Iron, não movimentei nem uma pestana pra ir ao concerto e resolvi apenas esperar a repercussão através da mídia e dos amigos heavy.
Até que hoje, insone e precisando de boa música, resolvi aproveitar um show particular ao meu gosto, no aconchego do lar, proporcionado pelo YouTube. Foi com essa idéia inocente que um super flashback me carregou de volta ao Fantástico de um domingo qualquer da década de 80, quando, aos 7 ou 8 anos de idade, fiquei cara a cara com a minha primeira paixão platônica não correspondida. Nesse domingo eu senti meu coração bater mais forte. Lá estava ele de casaco amarelo(!?!) e calça branca(!?!). Ah! um vistoso bigode também lhe conferia um aspecto sério e paternal (complexo de Elektra?). Paralisada em frente a televisão eu ouvia aquele som e aquela voz.
FREDDIE MERCURY andava ligeiro de um lado pro outro do palco, como se quisesse ocupar todos os espaços ao mesmo tempo. E eu, hipnotizada na minha admiração, o acompanhava dançando. Foi assim até 1991, quando ele se foi e a banda (na minha opinião) acabou.
De volta a 2009 e assistindo na web o show do Queen em Wembley, me veio a sensação de inadequação. E se eu tivesse nascido um pouco antes (e com um pouco mais de dinheiro)? Poderia estar lá naquele dia e, quem sabe, tentaria invadir o palco para logo ser chutada pelos seguranças...
Pra mim algo ficou pela metade. O show do século nunca esteve tão distante daqui.

terça-feira, 24 de março de 2009

você caiu do céeeeeeeeuuu


Noite tensa e uma conversa se desenrolando no mundo virtual. Eu relatava os fatos, ela outros. Filosofia barata de domingo e a disposição para tentar encontrar respostas pra todos os problemas do mundo. Então bem no meio do ping pong sobre fluoxetina, shows, ciúmes, orkut e telefonemas, ela solta o que viria a ser a frase da noite: “Hoje eu chorei cantando ‘Frisson’ no videokê.”
Depois de uns 10 segundos de espanto, brotou o meu riso descontrolado. Expliquei que não estava diminuindo o sentimento dela e...e... mais gargalhadas. Ela chorava e eu ria! Ironia fina.
Algumas vezes a gente faz o que não devia.

segunda-feira, 16 de março de 2009

tenemos venas abiertas


Penso no acontecimento mais importante, para mim, dos últimos tempos e quase esqueço que será depois de amanhã. Pela primeira vez, desde o nascimento, meu filho vai entrar num hospital para se submeter a uma intervenção. Há umas quatro semanas estava completamente maluca, mas hoje acordo e vou dormir com uma extrema lucidez. Lucidez esta que (graças!) vem me acompanhando nas situações da vida. Menos impulsividade, mais calma, menos tensão, mais racionalidade, menos fogo e mais pedra. Sou produtiva do meu jeito, faço acontecer o que hoje julgo de mais valor. Classifico, ordeno e observo a minha obra cotidiana. São dias que se passam sem solavancos, com horários e metas... Não! não é chato. Sempre gostei de por ordem do lado de fora de mim. Sorrio sim, descanso também e converso muito mais comigo. Com base nestes papos e sabendo o que devo guardar ou usar, é que me encontro mais forte e mais destemida. E sem histerismo.
Sigam-me os bons!