segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
boa ouvinte. péssima palestrante.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
pra me conhecer melhor
Desconfie de mim quando eu não quiser conversar. Desconfie também se eu estiver escutando Cazuza, mas se quando você chegar perto ouvir Janis dizendo “Maybe, maybe, maybe, maybe...” se prepare para o pior. Fique por perto se eu perco o brilho nos olhos, mesmo que não chore. Se me falta ar e minhas mãos ficam geladas... me aperte com força pro sangue voltar a correr.
Só esteja pelos arredores e espere passar.
Só esteja pelos arredores e espere passar.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
me beslica que eu tô sonhando!
Como uma pessoa pode se transformar de maneira irreversível? Não foi de repente. Lembro bem. Fazendo uma retrospectiva, acho que levou de cinco a seis anos para que esse estágio fosse atingido: Alguém que pensa de maneira torta, e se arrasta como se tivesse 180 quilos. Alguém que vai curvando como vara de bambu...
E tudo isso sem derramar uma mísera lágrima sequer. Chego a sentir saudades do tempo em que até o sorvete que caia no chão era motivo para xingamentos, lágrimas de desespero e ações rápidas. Hoje alguma coisa ainda me abala, mas não consigo demonstrar. Eu fiquei sentimentalmente afônica, sem voz, sem vontades, sem coisa alguma. Me alimento dos sentimentos de outras pessoas, me cerco de pessoas passionais e acho graça (não de maneira zombeteira) das pirações alheias. Confesso até que queria sentir vontade de botar a chinelinha de dedo, rodar 3 vezes no próprio eixo e mandar todo mundo pro inferno. Mas me falta ânimo. Desaprendi. Preciso de um café bem forte ou um martini very dry!
Meus olhos sem lágrimas preocupam algumas pessoas e agora começam a me preoculpar.
Será que eu não estou imaginando tudo isso? Um sonho daqueles bem verdadeiros e intensos? E na verdade eu estou deitada na minha cama, o despertador ainda não tocou pra eu ir ao colégio...
E tudo isso sem derramar uma mísera lágrima sequer. Chego a sentir saudades do tempo em que até o sorvete que caia no chão era motivo para xingamentos, lágrimas de desespero e ações rápidas. Hoje alguma coisa ainda me abala, mas não consigo demonstrar. Eu fiquei sentimentalmente afônica, sem voz, sem vontades, sem coisa alguma. Me alimento dos sentimentos de outras pessoas, me cerco de pessoas passionais e acho graça (não de maneira zombeteira) das pirações alheias. Confesso até que queria sentir vontade de botar a chinelinha de dedo, rodar 3 vezes no próprio eixo e mandar todo mundo pro inferno. Mas me falta ânimo. Desaprendi. Preciso de um café bem forte ou um martini very dry!
Meus olhos sem lágrimas preocupam algumas pessoas e agora começam a me preoculpar.
Será que eu não estou imaginando tudo isso? Um sonho daqueles bem verdadeiros e intensos? E na verdade eu estou deitada na minha cama, o despertador ainda não tocou pra eu ir ao colégio...
Eu vou acordar com o cabelo desgrenhado. Morta de sono.
Imaginando que tenho todo o tempo do mundo pra ajeitar as coisas e posso me dar ao luxo de vadiar um pouco pensando se vou encontar aquele paquerinha do ônibus.
Porque ainda não acordei? Vixe que demora!!!
Imaginando que tenho todo o tempo do mundo pra ajeitar as coisas e posso me dar ao luxo de vadiar um pouco pensando se vou encontar aquele paquerinha do ônibus.
Porque ainda não acordei? Vixe que demora!!!
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
maktub!
Em busca da verdade a gente sempre faz muitas perguntas. Questionários mil, buscando respostas nos céus, nos livros de física quântica, nas cartas do tarô, na lingüística, nos deuses... Catando vestígios, juntando pedacinhos de gente. E essa romaria, tantas vezes, nos deixa ainda mais sem respostas. Seria bem menos trabalhoso atribuir as nossas vitórias e quedas ao destino traçado pelas mãos daquele que tudo vê, mas aí correríamos o risco de nos tornarmos filhos rebeldes (com causa). Impaciência e vozes alteradas olhando pro céu e gritando “por que?”.
Por que tanta ausência, tantos destroços, tantos testes, tantas informações falsas, tantas almas desencontradas, tantos dias e, principalmente, tantas noites? Quero juntar as pistas, encontrar a rota e ter a sensação de que “estou exatamente onde queria estar”... Quero também isso registrado na minha imagem olhando pra frente, braços cruzados sobre a perna, cabelo na boca e aquela certeza que só tem quem acredita no destino que já estava escrito.
Por que tanta ausência, tantos destroços, tantos testes, tantas informações falsas, tantas almas desencontradas, tantos dias e, principalmente, tantas noites? Quero juntar as pistas, encontrar a rota e ter a sensação de que “estou exatamente onde queria estar”... Quero também isso registrado na minha imagem olhando pra frente, braços cruzados sobre a perna, cabelo na boca e aquela certeza que só tem quem acredita no destino que já estava escrito.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
truth, beauty and freedom
Essa música tem uma energia toda especial...
Algum Lugar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Em que nenhum destino venha e possa nos carregar
E nenhuma surpresa venha nos fazer chorar
Ser perene, intenso, forte pra ficar
Nem haja força que nos consiga calar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Que não tenha gosto e não tenha de amargar
Lá onde até o tempo se recuse a apagar
Por essa estranha luz que insiste em nos cegar
Não mais mistérios que se queira desvendar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Pra que do adeus também se possa retornar
E enfim os deuses queiram se pronunciar
Onde não haja silêncio que se precise velar
E nem saudade que se tenha de aguentar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Em que nenhum destino venha e possa nos carregar
E nenhuma surpresa venha nos fazer chorar
Ser perene, intenso, forte pra ficar
Nem haja força que nos consiga calar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Que não tenha gosto e não tenha de amargar
Lá onde até o tempo se recuse a apagar
Por essa estranha luz que insiste em nos cegar
Não mais mistérios que se queira desvendar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Pra que do adeus também se possa retornar
E enfim os deuses queiram se pronunciar
Onde não haja silêncio que se precise velar
E nem saudade que se tenha de aguentar
Lá em algum lugar, pra lá do lado de lá
Marcelo Nova
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
"parabéns, mamãe. é uma sagitariana!"
Quando eu falei que aprendo muito com ela por perto. Recebi uma resposta bem típica: “Eu tb aprendo com vc... Aprendo a ser quenga!” depois várias linhas de risos (kkkkk)...
Do que eu estou aprendendo não vou falar da praticidade, nem das suas tiradas escandalosas e perfeitas, muito menos da poesia que corre nas veias...
Numa noite dessas reclamei da nossa incapacidade de perceber o tesouro daqueles momentos que passavam e que depois só nos martirizamos porque eles não foram eternizados... E completei: “Como eu queria ter consciência que aqueles dias eram singulares. Que não eram como qualquer outro e que anos depois eu iria me lembrar e lametar não ter tido a consciência na hora.”
Ela me disse: “Eu sempre tive! Lembro, por exemplo, de chegarmos em casa depois do colégio quando D. Zulmira (minha vó) dizia ‘Vamos almoçar!’. Sabia do quão especial eram aquelas tardes...” Eu baixei a cabeça meio boba, meio com raiva de mim.
E houve outras coisas mais que me fizeram pensar em como eu não percebia. Eu estava tão absorvida de mim e da minha vida que não sentia as pequenas maravilhas ao meu redor.
Depois daquilo vejo os dias tão diferentes, às vezes pareço estar distante... dou aquele meio-sorriso e quando alguém pergunta no que eu estou pensando, eu sempre respondo “nada não...”.
Na verdade eu tô eternizando aquela visão, os sons, a luz naquele momento e guardando na lembrança pra eu nunca mais perder.
Isso eu aprendi com vc, Tam.
Obrigada por tudo! Feliz aniversário!!!!
Do que eu estou aprendendo não vou falar da praticidade, nem das suas tiradas escandalosas e perfeitas, muito menos da poesia que corre nas veias...
Numa noite dessas reclamei da nossa incapacidade de perceber o tesouro daqueles momentos que passavam e que depois só nos martirizamos porque eles não foram eternizados... E completei: “Como eu queria ter consciência que aqueles dias eram singulares. Que não eram como qualquer outro e que anos depois eu iria me lembrar e lametar não ter tido a consciência na hora.”
Ela me disse: “Eu sempre tive! Lembro, por exemplo, de chegarmos em casa depois do colégio quando D. Zulmira (minha vó) dizia ‘Vamos almoçar!’. Sabia do quão especial eram aquelas tardes...” Eu baixei a cabeça meio boba, meio com raiva de mim.
E houve outras coisas mais que me fizeram pensar em como eu não percebia. Eu estava tão absorvida de mim e da minha vida que não sentia as pequenas maravilhas ao meu redor.
Depois daquilo vejo os dias tão diferentes, às vezes pareço estar distante... dou aquele meio-sorriso e quando alguém pergunta no que eu estou pensando, eu sempre respondo “nada não...”.
Na verdade eu tô eternizando aquela visão, os sons, a luz naquele momento e guardando na lembrança pra eu nunca mais perder.
Isso eu aprendi com vc, Tam.
Obrigada por tudo! Feliz aniversário!!!!
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
vícios e virtudes
E essa mania que a gente tem de sabotar os próprios planos? É só começar aquele regime que vem uma vontade louca de comer torta de chocolate com morango, comprar coxinha com coca-cola às 7h30 da manhã... É decidir cortar os excessos, não cair mais em tentação e o organismo começa a dar sinais de fraqueza. Você tava até bem sem os açucares que envenenam o organismo, engordam e fazem um mal danado, mas caramba!!!! É difícil. Chega a irritação, falta paciência a concentração some, você começa a sonhar com aquilo. Fica babando quando vê... Nossa Senhora dos Desesperados!!!!
Como se faz pra fugir dessas sensações?
Procurando grupos de ajuda? Se inspirando nas histórias vitoriosas de gente que fez uma faxina geral? Eu até que tento, mas fica tudo tão distante perto da vontade. “Sou forte, sou forte!” fico repetindo pra mim mesma como um mantra. E de repente me vejo lambendo as beiradas de um brigadeiro... “Não vou come-lo! Ai mas é tão bom... só um não vai fazer mal. É o último!” Mentira! É o começo! Tava tudo tão bem, tava tudo tão quase certo... Eu tava quase-quase acreditando q podia ser assim. Vamos lá, todos juntos, repitam comigo: Só por hoje eu não vou...
Como se faz pra fugir dessas sensações?
Procurando grupos de ajuda? Se inspirando nas histórias vitoriosas de gente que fez uma faxina geral? Eu até que tento, mas fica tudo tão distante perto da vontade. “Sou forte, sou forte!” fico repetindo pra mim mesma como um mantra. E de repente me vejo lambendo as beiradas de um brigadeiro... “Não vou come-lo! Ai mas é tão bom... só um não vai fazer mal. É o último!” Mentira! É o começo! Tava tudo tão bem, tava tudo tão quase certo... Eu tava quase-quase acreditando q podia ser assim. Vamos lá, todos juntos, repitam comigo: Só por hoje eu não vou...
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
por uma vida menos ordinária
Por que está fazendo um sol escandalosamente convidativo.
Dia de andar por aí, ver o mar, as pessoas correndo apressadas ou apenas esperar a noite chegar...
Coração Noturno
Dia de andar por aí, ver o mar, as pessoas correndo apressadas ou apenas esperar a noite chegar...
Coração Noturno
Amanhece, amanhece, amanhece, amanhece,
amanhece o dia
amanhece o dia
Um leve toque de poesia
Com a certeza que a luz que se derrama nos traga um pouco, um pouco...
Ahhh um pouco de alegria!
A frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração
Coração que bate 4 x 4, sem lógica, sem lógica e sem nenhuma razão
Bom dia sol !!!
Bom dia, dia !
Olha a fonte, olha os montes
Horizonte
Horizonte
Olha a luz que enxovalha e guia
A Lua se oferece ao dia
E eu...
E eu guardo cada pedacinho de mim pra mim mesmo
Rindo louco, louco, mas louco de euforia
Bom dia sol !!! Bom dia, dia!
Eu e o coração
Companheiros de absurdos no noturno no soturno
No entanto, entretanto e portanto...
Bom dia sol!!!
Bom dia, sol !
Rindo louco, louco, mas louco de euforia
Bom dia sol !!! Bom dia, dia!
Eu e o coração
Companheiros de absurdos no noturno no soturno
No entanto, entretanto e portanto...
Bom dia sol!!!
Bom dia, sol !
Hoje acordei com esta música tocando na minha radiola particular, basta fazer um leve movimento, fechar os olhos e posso até aumentar o som na hora que eu quiser.
Chegando pra mim:
- a voz arrastada de Raul (Amanhece, amanhece, amanhece...);
- o alívio sussurrado de Raul (Ahhh um pouco de alegria...);
- a energia de Raul (A frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração!...)
Chegando pra mim:
- a voz arrastada de Raul (Amanhece, amanhece, amanhece...);
- o alívio sussurrado de Raul (Ahhh um pouco de alegria...);
- a energia de Raul (A frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração!...)
A melodia na alma.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
sonhos
sm.
do lat. somniu
1. Atividade mental não dirigida, que se manifesta durante o sono, pelo menos nas suas fases menos profundas, e da qual, ao acordar, se pode conservar certa lembrança;
2. Conjunto de idéias e de imagens que perpassam o espírito durante o sono;
3. Aquilo que é produto da imaginação; fantasia; devaneio;
4. Desejo veemente; aspiração;
5. Projeto cuja execução parece difícil ou impossível; utopia;
6. Ilusão;
7. Coisa muito bela ou agradável; visão;
8. Culinária. bolo fofo de farinha e ovos, frito em azeite e passado depois por calda de açúcar;
Quando eu era adola, tinha um livrinho de interpretações de sonhos. Do tipo: sonhou com cobra? Traição, água limpa- renovação na sua vida, água suja – é... não lembro! Mas com toda certeza não é nada de bom... Acordava e corria pra ver o que o destino me reservava nas páginas daquela publicação.
Confesso que ainda hoje eu tenho uma relação toda especial (e mais profissional) com meus sonhos. Gosto deles. Até dos que não são agradáveis. Respeito aquilo que me enviam ou que eu consigo pescar lá no fundo do meu sub-consciente. É através deles que eu recebo notícias de amigos, fico sabendo de novidades em primeira mão ou simplesmente faço coisas que a realidade não me permite. Sei que essa história de premonições e mensagens parece meio doideira-astral, mas comigo acontece e quem convive comigo já sabe... Já dou até consulta pra minha mãe, que vez por outra me pergunta: Sonhou com o q hoje, minha filha? Eu mereço!!!
No meio de tantas visões e interpretações froidianas (ou de revista vagabunda), não existe nada mais desapontador do que um sonho que tinha tudo pra virar realidade, que chega a doer de tão bom e que na verdade não chega. É pior que pesadelo!
Essa noite eu tive um sonho. Nem era futuro, nem passado, nem presente, também não foi ruim, nem desses desapontadores... só sei que a história era boa pra dedéu!
E apesar disso (ou talvez por isso), esses não deixam de me pertubar.
do lat. somniu
1. Atividade mental não dirigida, que se manifesta durante o sono, pelo menos nas suas fases menos profundas, e da qual, ao acordar, se pode conservar certa lembrança;
2. Conjunto de idéias e de imagens que perpassam o espírito durante o sono;
3. Aquilo que é produto da imaginação; fantasia; devaneio;
4. Desejo veemente; aspiração;
5. Projeto cuja execução parece difícil ou impossível; utopia;
6. Ilusão;
7. Coisa muito bela ou agradável; visão;
8. Culinária. bolo fofo de farinha e ovos, frito em azeite e passado depois por calda de açúcar;
Quando eu era adola, tinha um livrinho de interpretações de sonhos. Do tipo: sonhou com cobra? Traição, água limpa- renovação na sua vida, água suja – é... não lembro! Mas com toda certeza não é nada de bom... Acordava e corria pra ver o que o destino me reservava nas páginas daquela publicação.
Confesso que ainda hoje eu tenho uma relação toda especial (e mais profissional) com meus sonhos. Gosto deles. Até dos que não são agradáveis. Respeito aquilo que me enviam ou que eu consigo pescar lá no fundo do meu sub-consciente. É através deles que eu recebo notícias de amigos, fico sabendo de novidades em primeira mão ou simplesmente faço coisas que a realidade não me permite. Sei que essa história de premonições e mensagens parece meio doideira-astral, mas comigo acontece e quem convive comigo já sabe... Já dou até consulta pra minha mãe, que vez por outra me pergunta: Sonhou com o q hoje, minha filha? Eu mereço!!!
No meio de tantas visões e interpretações froidianas (ou de revista vagabunda), não existe nada mais desapontador do que um sonho que tinha tudo pra virar realidade, que chega a doer de tão bom e que na verdade não chega. É pior que pesadelo!
Essa noite eu tive um sonho. Nem era futuro, nem passado, nem presente, também não foi ruim, nem desses desapontadores... só sei que a história era boa pra dedéu!
E apesar disso (ou talvez por isso), esses não deixam de me pertubar.
domingo, 4 de novembro de 2007
direto da rehab
Enquanto eu ando sem condições de escrever minhas próprias idéias, porque a reabilitação me
toma muito tempo, pego emprestada essa aqui:
Ouve...
Ouve: Como tudo é tranquilo e dorme liso;
Ouve: Como tudo é tranquilo e dorme liso;
Claras as paredes, o chão brilha,
E pintados no vidro da janela
O céu, um campo verde, duas árvores.
Fecha os olhos e dorme no mais fundo
De tudo quanto nunca floresceu.
Não toques nada, não olhes, não te lembres.
Qualquer passo
Faz estalar as mobílias aquecidas
Por tantos dias de sol inúteis e compridos.
Não te lembres, nem esperes.
Não estás no interior de um fruto
Aqui o tempo e o sol nada amadurecem.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
"as mulheres são como cidades"
Hoje eu repassei um ensinamento que eu ainda não tinha aprendido nem posto em prática.
Diná veio falar comigo com o coração cheio de desilusões. Ela não estava na minha frente, mas imaginava aqueles olhinhos expressivos e toda sorte de idéias que estavam se passando na cabeça dela...
-“Vingar é lamber frio o que o outro cozinhou quente demais.”
E no meu caso eu não sei se passo a língua na fria navalha ou simplesmente enterro o que sobrou.
20 minutos depois
Veja o que pode acontecer a uma pessoa que resolve escrever sem se isolar: ser inundada por falas de outras pessoas. Enquanto eu estava testando minha capacidade de evitar (e/ou rejeitar) gente, me chegam outros pensamentos.
-“Vingar é lamber frio o que o outro cozinhou quente demais.”
E no meu caso eu não sei se passo a língua na fria navalha ou simplesmente enterro o que sobrou.
20 minutos depois
Veja o que pode acontecer a uma pessoa que resolve escrever sem se isolar: ser inundada por falas de outras pessoas. Enquanto eu estava testando minha capacidade de evitar (e/ou rejeitar) gente, me chegam outros pensamentos.
Não posso dividir o mundo em românticos e cínicos. Não é justo! E mesmo tentando não consigo me desvincular desse joguinho superficial feito pra rotular e catalogar.
Chego à conclusão, então, que minha capacidade de dizer sim está ativada, mas anda enferrujada.
Esses dois blocos de textos parecem desconexos, mas eu lhes asseguro que não são!
Chego à conclusão, então, que minha capacidade de dizer sim está ativada, mas anda enferrujada.
Esses dois blocos de textos parecem desconexos, mas eu lhes asseguro que não são!
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
sob fogo cruzado
Tudo é amor*
Um homem pode se afobar
Um homem pode se afobar
E pegar o caminho errado
Homem que é homem volta atrás
Mas não se arrepende de nada
Sabe que a vida é pra lutar contra um dragão invisível
Que mata os sonhos mais banais
Que acha que é tudo impossível
Um homem que veio do pó
É o que transforma o pó em ouro
Um homem foi criado só
Mas vive em função do outro
Na natureza onde ele é rei
No universo onde não é nada
Na incerteza e no prazer
Na ilusão de ser amado
Tudo é amor
Tudo é amor
Mesmo se for por carma
Tudo é amor
Pretensão descarada
Um homem nasce pra cagar nas regras desse paraíso
Um homem deve procurar a fruta que foi proibida
Um homem nasce pra cagar nas regras desse paraíso
Um homem deve procurar a fruta que foi proibida
No meio dessa multidão
Na escuridão e na agonia
Poder chamar alguém de irmão
E ter um sono bem tranqüilo
Tudo é amor
Mesmo se for por carma
Tudo é amor
Mesmo se for por carma
Tudo é amor
Pretensão descarada
Um homem nasce pra brincar
E não pra esculhambar a vida
Um homem nasce pra curar
E cutucar a ferida
Mesmo se for pra transformar num inferno um céu conformista
Mesmo se for pra guerrear
Escolha as armas mais bonitas
cazuza
*mas nem tudo é verdade
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
pra quem acredita
Eu acredito no sol
Eu acredito no trânsito
Eu acredito no toque de recolher
Eu acredito na ida
Eu acredito na gasolina
Eu acredito em teclados
Eu acredito em papéis
Eu acredito em pratos
Eu acredito em lápis
Eu acredito em camas
Eu acredito em ônibus
Eu acredito em bolsas
Eu acredito em copos
Eu acredito em ônibus
Eu acredito em bolsas
Eu acredito em copos
Eu acredito em pedras
Eu acredito na caixa registradora
Eu acredito em portas
Eu acredito em portas
E por fim...
Eu acredito na grande abóbora!
O resto eu aceito com certa reserva.
"Todo ano a grande abóbora se levanta do canteiro de abóboras que ela julga o mais sincero.
Tem que ser este aqui! Tem que ser!!! Não pode existir um canteiro de abóboras mais sincero que este aqui. Pode olhar em volta que cê não vê um sinal de hipocrisia!"
Linus
Linus
terça-feira, 9 de outubro de 2007
errores
Passo na frente da Igreja de São José, o silêncio me incomoda.
Praça Sérgio Loreto e tenho um estalo: tá tudo errado!!!
Rua Imperial: Tá tudo errado, tudo errado, tuuuuudo errado!
Ecos.
Engarrafamento.
Ponte de afogados: Tá tudo errrado, tá tudo errado... ops! o telefone toca.
Amiga repassando notícias bombásticas, o carro está superaquecendo...
A ligação cai.
Largo da paz: Tenho a certeza. Tá mesmo tudo errado e não é só um pedaço não, tá tudo contaminado de erros.
Praça Sérgio Loreto e tenho um estalo: tá tudo errado!!!
Rua Imperial: Tá tudo errado, tudo errado, tuuuuudo errado!
Ecos.
Engarrafamento.
Ponte de afogados: Tá tudo errrado, tá tudo errado... ops! o telefone toca.
Amiga repassando notícias bombásticas, o carro está superaquecendo...
A ligação cai.
Largo da paz: Tenho a certeza. Tá mesmo tudo errado e não é só um pedaço não, tá tudo contaminado de erros.
O que fazer com esta preciosa descoberta?
Pausa.
Manhã seguinte recebo da bombástica:
" E abri a boca para que a minha alma fosse embora. E ela foi. Senti quando caiu em minhas mãos o fiozinho de sangue com que estava amarrada ao meu coração".
Pedro Páramo, Juan Rulfo
Pausa.
Pausa.
Manhã seguinte recebo da bombástica:
" E abri a boca para que a minha alma fosse embora. E ela foi. Senti quando caiu em minhas mãos o fiozinho de sangue com que estava amarrada ao meu coração".
Pedro Páramo, Juan Rulfo
Pausa.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
ophelia sequelada
Eu ontem eu estava me lembrando de filmes que eu adorei e que não fizeram sucesso.
Me veio à memória um que contava a história de dois adolescentes, uma menina que estudava num colégio interno religioso e se apaixonava por um carinha que estava num reformatório perto do convento/escola. Esse lugar ficava distante da cidade no meio de uma floresta. Numa determinada cena a protagonista está num lago fazendo um auto retrato tentando reproduzir esse quadro aí de cima que mostra Ophelia. Foi tão lindo e o resultado tão legal, que por muitos e muitos anos eu alimentei a vontade de fazer uma foto igual. O que eu não tinha me ligado, do alto de todo o meu conhecimento adolescente, era na história da Ophelia. Personagem da peça Hamlet de Shakespeare (uia que chique!). Ela tem uma affair com o danado do Hamlet (o príncipe em crise e melancólico da Dinamarca), mas seu pai e irmão fazem de tudo pra afastá-los, acham que ele só quer se aproveitar da coitadinha e que nunca vai se casar com uma plebéia e tal. No meio desse redemunho todo, Hamlet mata o pai de Ophelia por engano. Fica “meio” pertubado com as visões e conversas que tem com o pai morto e é mandado pela mãe (que com menos de um mês da morte do marido se casa com o cunhado que virou rei) pra longe. Ophelia fica maluquinha e comete suicídio afogando-se no rio. Pra encurtar a história: todo mundo morre no final. Definitivamente havia algo de podre no reino da Dinamarca. E eu ainda quero fazer essa foto!
Me veio à memória um que contava a história de dois adolescentes, uma menina que estudava num colégio interno religioso e se apaixonava por um carinha que estava num reformatório perto do convento/escola. Esse lugar ficava distante da cidade no meio de uma floresta. Numa determinada cena a protagonista está num lago fazendo um auto retrato tentando reproduzir esse quadro aí de cima que mostra Ophelia. Foi tão lindo e o resultado tão legal, que por muitos e muitos anos eu alimentei a vontade de fazer uma foto igual. O que eu não tinha me ligado, do alto de todo o meu conhecimento adolescente, era na história da Ophelia. Personagem da peça Hamlet de Shakespeare (uia que chique!). Ela tem uma affair com o danado do Hamlet (o príncipe em crise e melancólico da Dinamarca), mas seu pai e irmão fazem de tudo pra afastá-los, acham que ele só quer se aproveitar da coitadinha e que nunca vai se casar com uma plebéia e tal. No meio desse redemunho todo, Hamlet mata o pai de Ophelia por engano. Fica “meio” pertubado com as visões e conversas que tem com o pai morto e é mandado pela mãe (que com menos de um mês da morte do marido se casa com o cunhado que virou rei) pra longe. Ophelia fica maluquinha e comete suicídio afogando-se no rio. Pra encurtar a história: todo mundo morre no final. Definitivamente havia algo de podre no reino da Dinamarca. E eu ainda quero fazer essa foto!
domingo, 30 de setembro de 2007
sonhos de uma noite de verão
Ontem meu pequeno, antes de dormir, fez uma pergunta interessante:
"Mamãe com o que você quer sonhar hoje?"
Eu ri e pensei em dizer que não sonhamos com aquilo que queremos, mas resolvi entrar na dele
e respondi: "Eita! Não sei... Ainda nem pensei." Ele insistiu:
-Fala mamãe!
- Huuuumm... com a praia! Eu acho muito linda.
- Ah... eu também gosto da praia. Bora sonhar com a praia.
Então ele falou bem seguro:
- Vamos dormir! Agora tem que fechar os olhinhos...
E aí? Com o que você quer sonhar hoje?
"Mamãe com o que você quer sonhar hoje?"
Eu ri e pensei em dizer que não sonhamos com aquilo que queremos, mas resolvi entrar na dele
e respondi: "Eita! Não sei... Ainda nem pensei." Ele insistiu:
-Fala mamãe!
- Huuuumm... com a praia! Eu acho muito linda.
- Ah... eu também gosto da praia. Bora sonhar com a praia.
Então ele falou bem seguro:
- Vamos dormir! Agora tem que fechar os olhinhos...
E aí? Com o que você quer sonhar hoje?
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
um dia de setembro
Existem poucas coisas lícitas que fazem você se sentir viva, questionadora e totalmente vulnerável aos efeitos que Nina Simone no pé do ouvido causam.
Tenho um certa vergonha de chorar (mesmo pra dentro), ainda estou tentando me livrar das cordas... Não é mais tão fácil se expor, não sou mais aquela que tinha 16 anos.
Mas eu vou tentando, tô ensaiando. Será que há um risco muito grande em ser rídicula?
Ridícula ou ridicularizada? Porque a dor alimenta e digere e come... E tudo te diz coisas, todas as músicas falam com intimidade, todos os versos foram do teu caderno e a gente fica assim egocêntrica. Aquela dor é minha! Tão bonita, tão singela... e eu quero pegar pra mim!
"He needs me, he doesn't know it, but he needs me... Cause my one ambition is to wake him and make him discover that he needs me. I've got to follow where he leads me or else he'll never know that I need him just as he needs me."
Nina tá aqui conversando comigo e eu disse a ela que espero em breve poder roubar letras e sons de alegria lícita.
"Huuuummm... Ok, babe!"
terça-feira, 25 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
um exagero
O meu orgulho
Lembro-me o que fui dantes.
Quem me dera não lembrar!
Em tardes dolorosas
Lembro-me que fui a primavera
Que em muros velhos faz nascer as rosas!
As minhas mãos outrora carinhosas
Pairavam como pombas…
Quem soubera
Por que tudo passou e foi quimera,
Quem me dera não lembrar!
Em tardes dolorosas
Lembro-me que fui a primavera
Que em muros velhos faz nascer as rosas!
As minhas mãos outrora carinhosas
Pairavam como pombas…
Quem soubera
Por que tudo passou e foi quimera,
E por que os muros velhos não dão rosas!
São sempre os que eu recordo que me esquecem…
Mas digo para mim: “Não me merecem…” E já não fico tão abandonada!
Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha
E também é nobreza não ter nada!
São sempre os que eu recordo que me esquecem…
Mas digo para mim: “Não me merecem…” E já não fico tão abandonada!
Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha
E também é nobreza não ter nada!
Florbela Espanca
mensagem ao planeta B612
"Eu perdi minha inocência" tenho escutado e tenho repetido por aí. Mas não declaro isso de peito estufado e cabeça erguida... Não é motivo de orgulho para mim. Ver coisas que outras pessoas não vêem? Perceber tons e semi-tons? Poder ser cruel com aqueles que ainda não tiveram 'a revelação'? Não sei até onde isso é divertido... Ontem recebi a seguinte setença: "você é uma romântica!", pronunciada como quem completa: "sempre foi e sempre será". Será?
Quando eu repito o mantra da perda da inocência, estou certa do que aconteceu. Mas chego também a conclusão de que ignorância é felicidade. Resolvi então dar um tempo em Maquiavel e seu príncipe e reler Saint-Exupéry e o outro príncipe. Minha alma anda sentindo falta das flores que perfumavam o caminho, embebedavam e deixavam a vista turva. Mas calma! não vou renegar o que eu já aprendi. Só queria...
Pra relembrar: "As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Você porém, terá estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhar o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E você terá estrelas que sabem sorrir! Assim, você se sentirá contente por ter me conhecido. Será sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terá vontade de rir comigo. Abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. E você dirá: Sim, as estrelas... elas sempre me fazem rir!"
Quando eu repito o mantra da perda da inocência, estou certa do que aconteceu. Mas chego também a conclusão de que ignorância é felicidade. Resolvi então dar um tempo em Maquiavel e seu príncipe e reler Saint-Exupéry e o outro príncipe. Minha alma anda sentindo falta das flores que perfumavam o caminho, embebedavam e deixavam a vista turva. Mas calma! não vou renegar o que eu já aprendi. Só queria...
Pra relembrar: "As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Você porém, terá estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhar o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E você terá estrelas que sabem sorrir! Assim, você se sentirá contente por ter me conhecido. Será sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terá vontade de rir comigo. Abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. E você dirá: Sim, as estrelas... elas sempre me fazem rir!"
O Pequeno
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
na real: o mundo virtual
Os dias de vadiagem (mesmo involuntária é vadiagem!) e solidão, quando todo o universo está trabalhando e você não, chegam a ser surreais. Estão todos produzindo para fazer a máquina do país andar, ajudar o Brasil a crescer e você, a última das criaturas, se vê mais perdida que cego em tiroteio no sertão dum dia sem lua. Entretanto, apesar das longas distâncias físicas e outros tipos de distâncias mais filosóficas, há quem arrume um jeitinho pra estar bem perto. O MSN pode perfeitamente transformar uma tarde morta num filme com muita ação e aventura (adoro!), ou para quem prefere, numa novela mexicana com direito a todas aquelas reviravoltas, conspirações, surpresas, traições, fofocas e espionagem. Mas veja bem meu bem, não sou das que acham perfeitamente substituível um papo legal, risos ou beijos, por sua versão virtual. Por isso mesmo, amores de mi corazón, esses dias em que me encontro de molho não valem. Vou exigir a presença. Quero a matéria*.
* Toda massa que ocupa lugar no espaço.
* Toda massa que ocupa lugar no espaço.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
essa menina
- Olha, tô indo me encontrar com as meninas.
(Meninas = Amigas de infância que faz muitos anos deixaram de ser meninas.)
Marido, pouco satisfeito, olha com aquela cara infeliz e solta essa:
- Não sei... Tô sentindo uma coisa estranha, uma tristeza dentro de mim...
- Ah eu também... uma tristeza... Vou na geladeira pegar uma cervejinha pra ir tomando no caminho e ir ficando mais alegre.
“Ahh eu tô na liquidação, mas num tô de graça não!”
Tâm - na sua versão beat generation
(Meninas = Amigas de infância que faz muitos anos deixaram de ser meninas.)
Marido, pouco satisfeito, olha com aquela cara infeliz e solta essa:
- Não sei... Tô sentindo uma coisa estranha, uma tristeza dentro de mim...
- Ah eu também... uma tristeza... Vou na geladeira pegar uma cervejinha pra ir tomando no caminho e ir ficando mais alegre.
“Ahh eu tô na liquidação, mas num tô de graça não!”
Tâm - na sua versão beat generation
terça-feira, 11 de setembro de 2007
um dia na vida
Deixa eu desenhar o cenário:
No trabalho. Cheia de códigos css, modificações no arquivo swf, e novos layouts php... Pixels para todos os lados! O dia está começando. Para aliviar escuto música boa. Entro numa rádio online qualquer e procuro o "novo" cd do Barão Vermelho, aquele do Rock in Rio de 85...
Como é bom ouvir isso! Queria botar num carro de som e correr a cidade de norte a sul!!!!!
Um Dia na Vida
Maurício Barros/Cazuza
Não existe nada vivo
Dentro desse quarto
Todo dia eu pego o medo
Meço, mato e guardo
Num cansaço calmo de comemorar
Cantar pra subir, descer e dar uma banda
Um dia na vida vale
Você vem, você quem?
Um dia na vida
Vale pra comemorar
No trabalho. Cheia de códigos css, modificações no arquivo swf, e novos layouts php... Pixels para todos os lados! O dia está começando. Para aliviar escuto música boa. Entro numa rádio online qualquer e procuro o "novo" cd do Barão Vermelho, aquele do Rock in Rio de 85...
Como é bom ouvir isso! Queria botar num carro de som e correr a cidade de norte a sul!!!!!
Um Dia na Vida
Maurício Barros/Cazuza
Não existe nada vivo
Dentro desse quarto
Todo dia eu pego o medo
Meço, mato e guardo
Num cansaço calmo de comemorar
Cantar pra subir, descer e dar uma banda
Um dia na vida vale
Você vem, você quem?
Um dia na vida
Vale pra comemorar
O nosso encontro
Em nenhum lugar
Pra que escrever poesias num papel higiênico
E depois se limpar nas tristezas de sempre?
Em nenhum lugar
Pra que escrever poesias num papel higiênico
E depois se limpar nas tristezas de sempre?
Um dia na vida vale
Você vem, você quem?
Um dia na vida
Outro fósforo, outro sol
O amor é um piscar de olhos
E o amor, um alô e um tchau
Um dia na vida vale uma carona na esquina
Um dia na vida vale qualquer tentativa
domingo, 9 de setembro de 2007
deixa estar
Porque eu não sou uma boa atriz.
Definitivamente a vida não sorri escancaradamente pras pessoas que não sabem esconder um sentimento ou uma insatisfação, é por essas e outras que fico realmente de queixo caído quando vejo o talento alheio. Não decidi ainda se me traz alegria ver tanta habilidade, ou se deixa tristeza notar tanta hipocrisia mascarada. Mas que tipo de indivíduo eu sou pra estar com meu dedo indicador apontado para alguém? Erros todos cometem, mas sair na rua mascarada botando banca de madre superiora não encaixa... Fofuchas, nêgas, bebês, amorecos, florzinhas e filhotes do meu Brasil!!!! Façam desse mundo um lugar mais fácil de viver. Com sorridos carimbados, afetos calculados e boa vontade até quando não aparecer coisa melhor. De outro lado tenho realmente paixão por gente ferina, daquelas que falam as verdades pra quem quiser ouvir. Que te machucam pra valer, mas que como nenhuma outra pessoa, te diz sem rodeios que você é ainda muito bobinha e que precisa sair dessa posição de princesa fracassa, porque princesa você não é mais desde que tinha 4 anos de idade... No momento que você aceita pessoas assim na sua vida fica bem mais interessante. O lado rebocado e pintado das coisas é tão bonito de ser ver. Só de ver! Bem de longe.
Por isso alguns animais na natureza se camuflam... não têm dentes pra morder, não se garantem na força bruta nem na inteligência!
Mas finalmente eu vou observando e estudando os seres viventes. Quem sabe quando eu não tiver mais dentes precise fazer um cursinho de teatro amador?
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
só elvis salva!
maravilhosamente, escandalosamente, surpreendentemente, assustadoramente, grandiosamente, fabulosamente, admiravelmente, incrivelmente...
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
travessia
-"Carece de ter coragem..." - ele me disse.
Visse que vinham minhas lágrimas? Doí de responder:
-"Eu não sei nadar..." - O menino sorriu bonito e afiançou:
-"Eu também não sei." Sereno, sereno.
Eu vi o rio. Via os olhos dele, produziam uma luz.
-"Que é que a gente sente quando tem medo?" - Ele indagou, mas não estava remoqueando, não pude ter raiva.
-"Você nunca teve medo?"- Foi o que me veio de dizer. Ele respondeu:
-"Costumo não..."
J. G. Rosa Grande Sertão Veredas.
Visse que vinham minhas lágrimas? Doí de responder:
-"Eu não sei nadar..." - O menino sorriu bonito e afiançou:
-"Eu também não sei." Sereno, sereno.
Eu vi o rio. Via os olhos dele, produziam uma luz.
-"Que é que a gente sente quando tem medo?" - Ele indagou, mas não estava remoqueando, não pude ter raiva.
-"Você nunca teve medo?"- Foi o que me veio de dizer. Ele respondeu:
-"Costumo não..."
J. G. Rosa Grande Sertão Veredas.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
a gêmea má
Bondade e maldade são conceitos já tão batidos quem nem dá vontade de trazer à tona. Em que ponto da vida a gente permitiu que nos fossem colocados rótulos tão básicos? Eu não me recordo disso não!!!! Embora me chegue uma vaga lembrança do dia que assinei o contrato com o diabo... Não imaginei que o futuro depois daquele ato impetuoso (e solitário) fosse ser tão gris. Como eu não vi isso? A mãe fala, os amigos sugerem e você ali passando por cima como uma retroescavadeira!!!! Montando seu projeto, seu reino de uma pessoa só... Por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa! Agora eu fico aqui ouvindo o que não quero e violentando minha natureza que me manda botar o circo abaixo. Boa ou má? Depende. A grande maioria das pessoas que convivem comigo diriam q sou uma pessoa tranquila, um bom humor eterno, sorriso na cara etc. Não é cena não, mas é só uma banda da fruta. Inclusive tem gente que me conhece o suficiente pra sugerir o contrário. Conclusão: pancada vem de pancada, egoísmo vem de egoísmo, assim como amor vem de amor, e esse não é mais o caso.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
não-ficção 2
"Há quem descarte a segunda-feira, mas eu em estado de vôo livre me adaptei facilmente. É notório que não é fácil aceitá–lo como um dia de fenômenos ou ainda propício a pensamentos irracionais. Bom, a segunda te diz sempre: volta ao trabalho, aos amigos vínculados, às tarefas rotineiras ou ainda àqueles com uma visão positivista em que a segunda é o dia em que temos tempo suficiente pra acesar a internet sem que niguém ache que vc é pura vadiação. Eu consigo duplicar a visão positivista do dia, adiciono a ele um traço de pseudo-segunda feira, não permitindo formulários e nem filas, ainda que necessárias. Então acredito que é outro dia - talvez uma segunda-feira - e começo a viajar. "
Uma colagem da visão multicolorida da segunda -feira feita por uma charlatã e editada e por outra. Com T. Saboya tudo fica psicodélico!!!
domingo, 26 de agosto de 2007
não ficção
Sexta-feira: Ah! Sexta... Ela brilha desde as primeiras horas. Mesmo enquanto a gente ainda tá dormindo os sonhos já são mais vivos, mais doces. E quando se desperta sentimos o cheiro amarelo do dia. É daqueles tipos de coisa que até quando é ruim é bom. Ficamos com a impressão de que algo está sempre pronto pra acontecer, com aquela sensação elétrica fazendo a máquina andar.
Sábado: Sábado é a hora do almoço, sábado é um hiato, sábado é quando se espera. É um dia de expectativas. É quando a mente da gente, já encharcada de sexta-feira, descansa para agir novamente. A diversão soa meio que obrigatória. É boa, mas não surpreende. Há obrigações, visitas, solenidades. Tudo isso com ares de festa (daquelas que não se pode recusar). Eu queria recusar um sábado!
Domingo: Um dia honesto. Daqueles em que a verdade aparece. Sempre à tarde, quando o sol já não tem aquela luz branca, vai ficando meio dourado... Há quem fale do ar pesado do domingo. Não sinto! Bom dia pra andar nas ruas meio vazias, pra lembrar de outros tantos domingos, de outras tantas pessoas que passaram junto com os outros domingos. A infância se manifesta: as roupas de domingo, as missas de domingo, as corridas de domingo, tios e primos... O mesmo sol e tanta coisa não é.
Sábado: Sábado é a hora do almoço, sábado é um hiato, sábado é quando se espera. É um dia de expectativas. É quando a mente da gente, já encharcada de sexta-feira, descansa para agir novamente. A diversão soa meio que obrigatória. É boa, mas não surpreende. Há obrigações, visitas, solenidades. Tudo isso com ares de festa (daquelas que não se pode recusar). Eu queria recusar um sábado!
Domingo: Um dia honesto. Daqueles em que a verdade aparece. Sempre à tarde, quando o sol já não tem aquela luz branca, vai ficando meio dourado... Há quem fale do ar pesado do domingo. Não sinto! Bom dia pra andar nas ruas meio vazias, pra lembrar de outros tantos domingos, de outras tantas pessoas que passaram junto com os outros domingos. A infância se manifesta: as roupas de domingo, as missas de domingo, as corridas de domingo, tios e primos... O mesmo sol e tanta coisa não é.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
são paulo é aí, mas recife é aqui
O que 2.660 quilômetros podem fazer por uma pessoa?
Podem te deixar sozinha? é. Talvez tragam cansaço? sim. Mas este encontro com alguém que andava meio esquecida foi tão essencial. Desembarcou por aí uma lucidez que andava em falta. Não aquela lucidez do que é necessário, do imediato, da lida... a lucidez do bem-olhar.
Podem te deixar sozinha? é. Talvez tragam cansaço? sim. Mas este encontro com alguém que andava meio esquecida foi tão essencial. Desembarcou por aí uma lucidez que andava em falta. Não aquela lucidez do que é necessário, do imediato, da lida... a lucidez do bem-olhar.
Estou feliz e sinto sua falta, não sei se posso roubar um pouco do teu pouco tempo, mas vou exigir ver de perto a a luz que reacendeu e ascendeu.
E só pra não perder a piada de ontem:
"Eu conheci uma garota em Bauru
Quinze anos de vida e cinco de rebu
Na lanchonete principal era a rainha
Com suas minissaias sem bainha
Os pais choravam
Os irmãos ameaçavam
E ela nem aí, maravilhosa
Gostosa em sua vulgaridade
Feliz com sua sinceridade
A garota de Bauru
Não é um sanduíche
A garota de Bauru
Não é um personagem triste..."
Garota de Bauru - Cazuzinha
E só pra não perder a piada de ontem:
"Eu conheci uma garota em Bauru
Quinze anos de vida e cinco de rebu
Na lanchonete principal era a rainha
Com suas minissaias sem bainha
Os pais choravam
Os irmãos ameaçavam
E ela nem aí, maravilhosa
Gostosa em sua vulgaridade
Feliz com sua sinceridade
A garota de Bauru
Não é um sanduíche
A garota de Bauru
Não é um personagem triste..."
Garota de Bauru - Cazuzinha
E fico rindo...
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
entrevistando clarice lispector
E o pobre do jornalista ali, fazendo de tudo para extrair respostas não monossolábicas dela que fuma um cigarro atrás do outro o tempo inteiro....
Numa das perguntas ele diz:
- Clarice, por que você é tão triste?
Ela responde com seu sotaque (ainda) nordestino e olhar baixo:
- Sou triste não. Só tô cansada.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
derradeiro
Algumas vezes estamos vendo claramente o desenrolar de uma situação e já antecipando os fatos cantamos a bola. Daí nossa percepção nos engana e a coisa não segue o rumo premeditado. E se você gritou 'bingo!" muito alto, deve ter ficado, no mínimo, desacreditada. Já em outras situações, nada, absolutamente nada, aponta para uma mudança dos ventos e tal qual um furacão no caribe... ruuuuuuuu! Eis que a vida se desenha e surpreende. Às vezes dói, outras vezes não, mas eu definitivamente gosto de ser pega de surpresa. Ver que a programação falhou me faz ter esperanças nas possibilidades da vida.
Este é definitivamente o fim de uma era. Chega o fim do inverno, chega o fim do ano... Mas o fim justifica os meios?
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
surto
A sensação de impotência e de vazio já andam tão comuns que até escrever sobre elas me parece sem novidade. Será que a tristeza e frustração são as epidemias deste século?
Pra onde eu olho só vejo, vistas cansadas e corações dilacerados.
Outros tantos jogam glitter nos cabelos e nos olhos, fingem estar tudo bem... é bem certo que quando se finge e todos acreditam na mentira e, principalmente, quando ela é uma boa e conveniente mentira, vira rapidamente uma verdade.
Tudo é poeira e vento quente. Aceita-se a harmonia alheia tão rápido. Parabenizam e espalham as boas novas... Como um avião irradiando agrotóxicos pra eliminar a praga da desilusão.
Pra onde eu olho só vejo, vistas cansadas e corações dilacerados.
Outros tantos jogam glitter nos cabelos e nos olhos, fingem estar tudo bem... é bem certo que quando se finge e todos acreditam na mentira e, principalmente, quando ela é uma boa e conveniente mentira, vira rapidamente uma verdade.
Tudo é poeira e vento quente. Aceita-se a harmonia alheia tão rápido. Parabenizam e espalham as boas novas... Como um avião irradiando agrotóxicos pra eliminar a praga da desilusão.
sábado, 18 de agosto de 2007
gentileza
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta
música "gentileza" , cantada por marisa monte,
que fala de José Datrino- o Profeta Gentileza-
filósofo, místico e cidadão.
E é só no que dizia gentileza que eu quero acreditar hoje!
E é só no que dizia gentileza que eu quero acreditar hoje!
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
mas por que um blog?
Eu acho que blog é coisa de gente exibida que está à caça de algo ou de alguém e aí decide escrever seu pensamentos diários só pra falar, sem precisar ligar pros amigos às 2 da manhã e despejar insatisfações, descobertas, tristezas, ou até mesmo contar que encontrou "aquela" pessoa, tascou-lhe um beijo e saiu sem dizer xau. Certo! Mas por que diabos eu estou escrevendo um blog se eu nunca tive paciência de escrever diários na adolescência? Nunca uma agenda teve o prazer das minhas anotações além do mês de março... E isso nunca foi um problema, eu tinha verdadeiro pavor de ficar descrevendo o que eu iria fazer no dia seguinte ou na semana que vem. Depois me falavam que escrever era terapêutico e tal, mas eu só achava perigoso. Todas a vezes que me meti a escrever algo além de 5 linhas eu tive o ímpeto de rasgar no dia seguinte. Na era do e-mail, infelizmente, isso não é mais possível. E pra falar a verdade, evito mesmo escrever qualquer coisa que me faça sentir vergonha num futuro próximo ou distante. Mas quero deixar bem claro aqui: não consegui seguir a normativa. Enfim, sou um grande catálogo de enganos, erros escritos (afe maria!) e arquivados. A sensação de ter palavras minhas guardadas em gavetas (ou pastas no computador), coisas que na época eram a mais pura verdade e hoje não mais, me deixa assustada. Quando foi que nos tiraram a chance de poder apagar as coisas? Ecos eternos no nosso juízo aloprado...Então é isso. Esse texto inaugural era pra ser mais leve, mas não saiu bem do jeito que eu queria, mas veio como tinha que ser... Sempre achei que as palavras têm vida própria e se alojam na nossa cabeça pra sair na hora que ELAS querem. Pensando bem, essa seria a desculpa perfeita pra aquelas coisas absolutamente idiotas que a gente teima em falar... Será que já estou à procura de cúmplices pra dividir a culpa do crime? A gente vai se falando por aí...
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